Senti um funeral no meu Cérebro (280)

Senti um funeral no meu Cérebro,
E Enlutados de um lado para o outro
Continuavam a pisar - pisar - até que parecia
Que um Sentido irrompia até ao fim -

E quando todos se sentaram,
Um Serviço, como um Tambor -
Continuou a rufar - rufar - até que pensei
A minha mente está a ficar dormente - 

E depois ouvi-os erguer um Caixão
Que range através da minha alma,
De novo as mesmas Botas de Chumbo,
Então o Espaço - começou a tocar a finados, 

Como se todos os Céus fossem um Sino,
Não Sendo senão um Ouvido,
E eu, e o Silêncio, alguma Raça estranha
Destruída, solitária, aqui -  

Então uma Tábua na Razão quebrou-se,
E mergulhei, mergulhei para o fundo -
Chocando com um Mundo, a cada mergulho,
E assim Acabada soube estar - então -




The Complete Poems of Emily Dickinson, Thomas H. Johnson, 1960.
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa

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