Porque não pude parar para a Morte (479)
Porque não pude parar para a Morte -
Ela parou gentilmente para mim -
A Carruagem continuou, apenas Conosco -
E a Imortalidade.
Conduzimos lentamente - Ela não tinha pressa
E eu tinha guardado também
o meu trabalho e o lazer,
Pela Sua Civilidade -
Passámos pela escola, onde as Crianças lutavam
No Recreio - no Ringue -
Passámos pelos Campos de Cereais Contemplativos -
Passámos pelo Sol Poente -
Ou melhor - Ele passou por Nós -
O orvalho desenhou tremendo e o Frio -
Como uma Teia de Aranha, o meu vestido -
O meu Xaile - de Tule somente -
Parámos diante de uma Casa que parecia
Uma intumescência do Chão -
O Telhado mal se via -
A Cornija - no Chão -
Desde então - já lá vão Séculos - e, no entanto
Parecem mais breves do que o Dia
em que supus que as Cabeças dos Cavalos
Apontavam rumo à Eternidade -
The Complete Poems of Emily Dickinson, Thomas H. Johnson, 1960.
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa